top of page
Foto do escritorFernanda Oliva

RECONCILIAÇÃO COM A CRIANÇA INTERIOR

Atualizado: 5 de dez. de 2019


A partir de escuta e diálogo, é possível expressar e liberar mágoas, amadurecendo questões que tiveram início na infância e juventude


É possível observar em algumas constelações a presença de uma criança ferida, birrenta ou retraída, aprisionada no sistema, com dificuldades de realizar o movimento de reconciliação em direção aos pais. O movimento interrompido do filho em direção aos pais é um nó sistêmico muito comum nos sistemas familiares.


CONSTELAÇÃO E EXPRESSÃO DA CRIANÇA INTERIOR é uma terapia que une, em uma vivência dinâmica, constelação familiar e expressão dos “eus infantis” que habitam a psique, principalmente para quem deseja curar sua criança interna ferida.

Estes “eus infantis” foram chamados por Carl Jung de “subpersonalidades” e atuam como complexos afetivos que irrompem com muita energia e dão passagem a atitudes pouco maduras no adulto. Este estudo propõe abrir espaço terapêutico acolhedor e alquímico para escuta e diálogo com estes  “eus infantis” ou “eus menores” para que eles possam se expressar, liberar suas mágoas e amadurecerem, justamente porque foram desta vez acolhidos com gentileza, diferente do passado, onde se sentiram excluídos, abandonados, machucados...





Durante uma constelação familiar nem sempre é possível realizar a reconciliação de maneira fluida e honesta porque a consciência individual está repleta de sentimentos negados que precisam se expressar para a energia retida poder fluir. A irritação vivenciada por um adulto, o desespero, a tristeza, nada mais são do que a outra face do amor, que não chega a cumprir seu propósito. No entanto, esta outra face inferior coberta de ódio é neglicenciada, porém faz parte da história e precisa ser reconhecida e ressignificada.


DRAMATIZAR SENTIMENTOS PARA LIBERTÁ-LOS


Quando a criança sofreu abusos emocionais ou físicos, manteve na memória, principalmente de maneira inconsciente, imagens vividas nesta fase. Estas dores e afetos reprimidos são empurradas para o inconsciente e, como consequência, a personalidade age através de impulsos inconscientes incontroláveis. São os complexos afetivos atuando na consciência. Sentimentos como raiva, tristeza, frustração, inveja, medo, precisam ser expressados para serem reconhecidos, compreendidos e integrados.

Dramatizar estes sentimentos através da fala, do corpo, da birra infantil, por exemplo, é uma maneira evidente de libertar estes “eus infantis” que precisam ser olhados de maneira cuidadosa; são partes internas sombrias que precisam de um pouco de atenção e amor para ressignificarem o passado de sua criança. Este movimento traz muita liberação energética e alívio e abre caminhos para o adulto se expressar.


O grau de abandono e rejeição que o adulto carrega em seu sistema corporal e psíquico, vai depender da história pessoal vivida pelo indivíduo, porque cada ser humano recebeu determinado grau de afeto e acolhimento dos pais durante a infância. Alguns adultos sofreram abusos morais, emocionais e até físicos dos seus progenitores. Outros tiveram uma vida aparentemente mais acolhedora, mas em ambos os casos, toda criança interna do adulto, vivenciou sentimentos de abandono a partir de possíveis lacunas de ausência, negligência, violência, ou mesmo, má compreensão dos fatos a partir da vivência ou fantasias da criança. Desta maneira, todos nós temos uma criança interna que precisa resgatar sua espontaneidade e verdade interior.


A inovação do trabalho é tomar consciência através do campo fenomenológico das constelações familiares onde a criança interna do adulto paralisou e oferecer um espaço cênico sagrado e cuidadoso, como um vaso alquímico, onde o adulto possa ressignificar estas imagens do passado e se expressar com mais espontaneidade e autenticidade e depois realizar, de coração aberto, o movimento em direção aos seus pais.


O caminho de resgate da criança interior é a possibilidade de acessar o propósito do verdadeiro “eu”. É a jornada do herói, cheia de desafios, enfrentamentos e aceitação das dores do passado. A superação e ressignificação da fase do primeiro estágio da vida e a liberação dos pais é um grande passo no caminho do autoconhecimento e da individuação.


Fernanda Oliva é criadora e facilitadora de Constelação e Expressão da Criança Interior. É Consteladora Familiar desde 2014, Licenciada em Artes Cênicas, pela UNIRIO, e especialista em Psicologia Junguiana, pelo Instituto Junguiano do Rio de Janeiro. Atualmente participa da formação em Experiência Somática, criado pelo Doutor, Peter A. Levine.

Professora de Yoga Integral certificada pela ANYI e discípula de Sri Prem Baba desde 2008.


73 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

Comments


bottom of page