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as subpersonalidades infantis sombrias que habitam a psique

O arquétipo da CRIANÇA FERIDA e os EUS INFANTIS sombrios que precisam ser incluídos


Todos tivemos infância e neste período não aprendemos a lidar com as emoções, frustrações, abandono, abusos e outros possíveis traumas reais ou fantasiosos do primeiro período da vida, inclusive durante a gestação de nossa mãe. O esquecimento é um mecanismo de defesa muito potente para proteger a criança dos traumas vividos, porém estas dores esquecidas foram reprimidas no inconsciente e atuam na vida presente. As partes da psique adulta que vivenciam insatisfações, carências, ressentimentos e choram, são partes da nossa criança interior que foi ferida e oprimida.


Estas partes infantis que vou chamar aqui de "EUS INFANTIS", estão repletas de imagens inconscientes vividas na infância e também se alimentam de imagens inconsciente dos nossos pais e sistema familiar como um todo (arquétipo da criança ferida). Para se protegerem da dor, estes euzinhos" ou fragmentos infantis da personalidade ficam recolhidos como se estivessem encapsulados e protegidos por um invólucro no fundo da psique. Possuem uma energia potente e sombria em seu interior que pode explodir a qualquer momento. Como uma bomba relógio. Quando estes "eus infantis", por exemplo, são "cutucados" por alguém ou algum acontecimento desagradável e inesperado que os contrariem, são ativados e agem a revelia causando muitos estragos na vida pessoal.


🌠Podem agir com violência no ambiente externo, podem também agir internamente através do isolamento, vitimismo, somatização de alguma doença, comportamentos compulsivos e etc.


Tomam o comando do ego consciente e começam atuar a partir de comportamentos similares a de uma criança insatisfeita, birrenta, contrariada e com sentimentos de vitimização, exclusão e abandono. Estas partes infantis assustadas, renegadas, ressentidas são conhecidas como complexos afetivos intensificados e se expressam dentro de nós e no mundo externo como se ainda estivessem no passado. Elas precisam crescer e saber que o adulto já não é mais aquela criança que foi machucada. Mas como fazer isso?


Estes pequenos e potentes "eus infantis" que habitam a psique são negados pela consciência, por serem extremamente sombrios. Ninguém gosta de admitir que é ressentido, egoísta, vitimizado, carente, invejoso, seletista, mentiroso, vaidodo, orgulhoso... A negação dos aspectos sombrios da personalidades da psique, impede o adulto de amadurecer. E neste circulo vicioso de repressão e negação, os complexos ganham mais energia e negatividade. Quando a psique é inundada por estes complexos a energia negativa irrompe na consciência e toma o comando através de atitudes reativas agressivas, indiferentes, vitimizadas... que também se manifestam através de acusações e projeções nos relacionamentos e através das repetição de situações difíceis.


Outro aspecto importante é que dificilmente o "ego consciente" consegue ter clareza da consciência familiar ou de grupo e desconhece a dores e história de vida dos pais e do sistema familiar. Sem esta clareza é difícil compreender a própria dor e sentir empatia pela dor de seus pais. No entanto, nossa alma é sábia e se direciona para o passado em busca de reconciliação e cura, para que o fluxo de amor retido volte a fluir no sistema. Neste sentido a própria negatividade e ciclo de repetições estão a serviço do amor, já que buscam a amplitude da consciência e reconciliação com o fluxo de dor do sistema.


Toda criança deseja o olhar e amor de seus pais e busca o reconhecimento e acolhimento. Estes "eus infantis "feridos buscam o mesmo, e para isso, utilizam mecanismos para serem vistos. Atuam através de um "euzinho agradador", "euzinho carente", "euzinho egoista", vingativo, procrastinador, vaidoso, orgulhoso... São muitos eus inferiores que habitam a consciência e querem tomar o comando.


Como identificar estes EUS INFANTIS?


Estar partes dialogam o tempo topo conosco, nem sempre estamos atentos e presentes para perceber seus comandos, julgamentos e comportamentos.


Acionar o seu observador interno através da meditação diária é um recurso poderoso para mapear as vozes destes "EUZINHOS". Dialogar com eles através da imaginação ativa também pode ser um bom recurso para identificar o que necessitam, mas nem sempre é possível realizar este processo sozinho porque estes "eus infantis"" precisam se expressar e estas expressões contem conteúdos muito difíceis e dolorosos para serem assimilados sem ajuda de um terapeuta cuidadoso e experiente.

🌠Ao tomar consciência destes "eus infantis sombrios" e deixá los se expressarem em um ambiente terapêutico acolhedor, é possível suavizar a potência destes complexos que atuam como uma bomba relógio dentro de nós. Porque estas partes da criança ferida ao expressarem sua dor, ressentimentos... tem a oportunidade de serem vistas e desta vez, podem ser compreendidas e acolhidas pelo nosso eu consciente e observador com entendimento e gentileza. Só quem pode cuidar destes "eus infantis" somos nós mesmos, através do resgate do amor próprio e da coragem de se autoconhecer e individualizar- se.



🌠 Ao jogar luz nas imagens, dores do passado e inserir um olhar sistêmico e mais amplo/ familiar é possível compreender e ter empatia pelo passado, por estas partes renegadas por nós , pelos nossos pais e história sistêmica.

🌠Se há acusações nos relacionamentos, provavelmente há traumas e ressentimentos infantis que precisam ser cicatrizados.


Através de uma abordagem terapêutica cuidadosa e gentil é possível se aproximar, acolher, escutar e compreender estes euzinhos que precisam se expressar e liberar toda energia acumulada. Em um ambiente seguro, eles podem ser vistos, reconhecidos e amados. Porque em algum momento do passado , na nossa infância ou na história dos nossos pais, eles foram rejeitados, abandonados, ridicularizados, excluídos e incompreendidos.


Quer saber mais?

No link abaixo você encontra mais informações do grupo de vivênciais de Constelação e Expressão da Criança Interior.

Fernanda Oliva é criadora e facilitadora de Constelação e Expressão da Criança Interior. É Consteladora Familiar desde 2014, Licenciada em Artes Cênicas, pela UNIRIO, e especialista em Psicologia Junguiana, pelo Instituto Junguiano do Rio de Janeiro. Atualmente é formanda de Somatic Experiencing, o método de abordagem corporal de cura do trauma, criado pelo Doutor, Peter A. Levine.

É Professora de Yoga Integral certificada pela ANYI e discípula de Sri Prem Baba desde 2008.

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